Relativa Verdade
Chega um momento na vida de um homem em que ele começa a se perguntar sobre o que de verdade vale a pena para ele lutar. Tantas coisas nos permeiam que, em determinados momentos as coisas começam a mudar de valor e ficamos sem saber para onde ir, que rumo realmente devemos seguir.
Nesses últimos tempos tenho me sentido nessa condição, nesse momento de grandes escolhas. As questões são de tal forma complexas que o medo de fazer a escolha errada quase impede de poder fazer qualquer escolha, seja verdadeiramente certa, ou até mesmo a errada. Mas é preciso escolher.
Uma pena não terem feito um belo de um manual ilustrado, onde viria informada a época em que essas escolhas deveriam ser deitas, dando dica de qual seria a correta, com grandes ilustrações coloridas e gráficos detalhados de como seriam os resultados de cada uma das opções que nos são permitidas. Isso certamente nos impediria de fazer a escolha errada e nos deixaria já prontos para o momento em que elas aparecessem.
Mas o que caracteriza uma escolha como sendo certa ou errada? Quem garante que a escolha que eu fiz para mim é a errada se a mesma foi feita por outra pessoa e essa se deu mal? É claro que algumas coisas são bastante óbvias: não usar drogas, não se envolver com criminalidade, não roubar, não matar... Mas têm outras que não são tão nítidas, e é exatamente nesse momento que descobrimos que tudo é relativo e o que me parece tão discrepante, para o outro é tudo o que ele precisa para viver, chegando a ser tudo o que ele sempre sonhou.
As minhas experiências atuais estão me mostrando que todos têm o direito de fazer uma escolha e também de se arrepender de tê-la feito, sendo possível e louvável seu gesto de recomeço que, diga-se de passagem, é bem mais difícil do que começar do zero, onde não tinha nada. Hoje aceito, inclusive, as minhas limitações e tento, a todo instante, entender e avaliar as minhas escolhas e seus resultados em minha vida. E mais que isso: aprendi a não taxar as escolhas alheias de certas ou erradas, só porque eu não optaria por elas. Cada um sabe o que vive e sabe qual a sua verdade, e respeitar isso é a virtude que desejo, aprender a cada dia e aperfeiçoar em minha vida. E viva a relatividade e viva a felicidade!