segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Escolher é permitido, sempre.

Já faz algum tempo que ando relápso em fazer postagens no blog, e não tenho uma boa desculpa para isso. Simplesmente não tenho conseguido parar e escreve, ou melhor, não venho me sentido estimulado a isso, por tanto, peço desculpas.

Percebo que grande parte desse sentimento se deve ao fato de eu andar triste por esses dias finais de 2009. Sempre fico assim no final do ano. Talvez por está longe de minha família, já que final de ano tem essa coisa do Natal, fechamento de ciclo e mais um monte de coisas do tipo. Grande parte disso se deve ao fato de que fui criado nessa ambiente de que Natal é uma festa que se celebra em família, coisa da qual estou longe.

Mas fim de ano também é momento de fazer aquele balanço de tudo o que fizemos, ou não, e do quereremos fazer nos próximos doze meses seguintes. E é ai que surge o problema: quem anda conseguindo cumprir com as famigeradas promessas do ano novo? Quem está conseguindo realizar os planos que fez no dezembro último? Pelo monos no meu caso foi(e ainda está sendo) muito complicado.

Quem me acompanha sabe pelo que andei passando esse ano, e os mais íntimos sabem bem do que estou falando, e por isso pouparei demais comentários. Porém, caso não seja o seu caso, não se preocupe muito você não perdeu tanta coisa. E para te recompensar pelo esforço e percistência de ter lido até aqui, quero, primeiramente te agradecer. Segundo, te dizer que, embora eu pareça desacreditado da vida, afirmo que este é o fim de ano em que, como você, tenho os planos mais grandiozos e difíceis de todos que já tive. Dizer que já tive menos esperança, mas agora preciso me agarrar ao último rabinho dela, se é que ela tem um.

Embora muitas vezes não pareça, sempre temos escolha. Somos tão limitados em determinados aspectos que esse direito nos foi dado. Mas devemos saber utilizar esse direito de maneira consciente, pois sempre haverá uma contra-partida que deve ser levada em consideração, preferencia antes da decisão inicial. E embora limitados em algumas coisas, podemos ser infinitos quando nos dispomos a fazer aquilo que realmente precisamos e queremos E se contarmos com aqueles que realmente estão do nosso lado, somos ainda mais. E para firalizar, seja sempre grato. Por tudo que tem ou que não tem. Sempre teremos que agradecer, não importa a quem ou em que acredite, agradeça sempre.

E se este for o último do ano, que tenham um fim de ano abençoado e um natal justo. Se ainda escrever mais, que seja apenas até logo!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Mais uma chance de viver

Mais uma chance de viver

        Passei alguns dias longe, sem escrever, sem falar muita coisa, para não falar bobagem. Estava refletindo sobre minha vida, por isso preferi o silêncio. Mas sempre acabo me envolvendo em alguma situação que me faz, de algum modo, perder a compostura. E quando vai de encontro a algo que eu realmente acredito, então, a coisa fica feia.

        Eu sei que não sou o dono da verdade, muito menos estou sempre com a razão. Ninguém precisa aceitar como certo as coisas em que eu acredito. Apenas espero que seja respeitado o meu ponto de vista, até porque verdade é uma coisa muito relativa, diga-se de passagem. Nunca teremos como definir precisamente o que, de fato, é o correto para todo mundo, pois todo mundo é diferente, cada um com suas próprias verdades incontestáveis.

        Mas, como eu estava falando, fui questionado a respeito de uma coisa em que eu acredito profundamente, que é a minha capacidade de ser pai para meus filhos. ‘E lá vem ele outra vez falar desses pirralhos dele... ’ Não necessariamente. Quero falar não só da minha capacidade ou incapacidade se ser um bom pai, mas sim, da capacidade que cada um tem de poder ser melhor do que esta sendo, mesmo que todo o resto do mundo diga o contrário, que você nunca conseguirá isso.

        Sempre me testaram a esse respeito, e pelo jeito sempre estarei nesse processo de teste e têmpera o resto de minha vida. Parece que sempre vai ter alguém dizendo que eu não posso isso ou não consigo aquilo. Desde a escola técnica, quando meu professor de automação insistiu em dizer que eu não conseguiria fazer a matéria dele, até hoje, com meu chefe querendo me convencer de que eu não posso ser um funcionário melhor. Sempre podemos melhorar, por menor ou insignificante que pareça para as outras pessoas.

        O embate no qual me envolvi ficou sem definição porque o sinal do meu celular acabou. Mas o assunto ficou martelando em minha cabeça. Tanto que, quando cheguei em casa e fui terminar de assistir um filme bobo, de corrida de carro em uma penitenciária, fui surpreendido pela lição nos últimos minutos da trama. Depois de superar as expectativas dos que tentaram sabotar-lo, separando-o de sua filha e o questionando se ele realmente era o melhor para ela, o protagonista só responde à pergunta nos segundos finais da história, dizendo que o melhor para a criança era estar com aquele que a amava de verdade, mesmo que esse não fosse perfeito. E mais: ela era a única e grande chance de ele ser uma pessoa melhor.

        O que mais me chamou atenção, já no outro dia, foi ouvir uma música teoricamente irrelevante, que eu já havia escutado em outras ocasiões, e perceber o conteúdo profundo que ela continha. Uma música (pasmem) de Junior Lima, irmão de Sandy e filho de Xororó. Esse mesmo que você deve estar pensando. E a música fala que heróis também podem sangrar, e que cada um está só procurando a sua própria estrada para trilhar, com suas imperfeições e limitações naturais, mas, ainda assim, procurando a melhor forma de amar, no sentido mais amplo dessa palavra.

        Sei que esse emaranhado de palavras não esta da melhor forma arranjado, acho que estou com a mente e o corpo muito cansados para poder propiciar a melhor organização possível de  minhas idéias, mas eu não poderia deixar esse momento passar, não dessa vez, não hoje, porque eu estou, também procurando a melhor forma e o melhor caminho para trilhar, e que os que a mim foram confiados, em todos os âmbitos, são as chances que eu tenho de poder ser melhor, em cada coisa, em cada instante. 

sábado, 12 de setembro de 2009

Jurar de coração

Jurar de coração

Já faz algum tempo que venho percebendo que só consigo escrever alguma coisa que se aproveite quando estou com os sentimentos muito revirados e as emoções muito afloradas, de maneira que, como já me disseram e até cheguei a citar aqui, me torno mais intenso no que escrevo. E hoje passei por um episódio que me tocou profundamente: fui assistir a um filme infantil e fui ledamente enganado. O filme era para adultos.

Acredito que seja de domínio público, pelo entre os que me conhecem, que sou um cinéfilo declarado e de carteirinha. Se cinema tivesse cartão fidelidade ou programa de milhagem, certamente já teria ganhado uma boa quantidade de seções gratuitas. Realmente é uma pena que não tenham. Assisto muita coisa, e por isso estou aprendendo a fazer avaliações um pouco mais profundas além daquela que é mostrada nos trailers ou lida nas sinopses. Ainda não sou nenhum grande crítico, apenas falo do que sinto enquanto os assisto. Até hoje, os filmes que mais tinham me tocado foram ‘Coração Valente’, pelo que um único homem foi capaz de fazer por um sentimento verdadeiro, ‘Uma mente brilhante’, por mostrar até que ponto podemos superar nossas limitações e ser capazes de fazer coisas incríveis, e ‘Em busca da felicidade’, por tocar num ponto que muito me sensibiliza, que foi a relação entre pai e filho, mostrando a doação e a capacidade de vencer por amor a um filho, mesmo diante de barreira teoricamente intransponíveis.

Eu precisei trabalhar em plena tarde de feriado da Independência, e por isso, estava em Itabuna, uma cidade próxima de Ilhéus. Como tinha acordado tarde e tomado café da manhã praticamente na hora do almoço, fui trabalhar sem almoçar propriamente dito, por isso, no fim da tarde eu já estava passando mal, literalmente a ponto de ficar com dor de cabeça, de tanta fome. Decidi, então, que depois de comer, iria assistir ao filme que estava em cartaz, uma animação, o nome é ‘Up, altas aventuras’. E assim o fiz.

Quando se escolhe assistir uma animação, a primeira coisa que as pessoas falam é: ‘você vai assistir filme de criança?!’. Eu respondo prontamente que vou porque realmente gosto. Mas não era o que eu encontraria. Ao invés disso, assisti uma história muito carregada de sentimentos, muito intensa e sofrida. Nos primeiros dez minutos do filme eu chorava. Era inacreditável que, em um filme infantil, fosse colocada uma história de tão profunda de amor e doação, a ponto de comover alguém. Fiquei surpreendido.

É óbvio que teria muita aventura, coisas engraçadas, como cães que possuem cóleras para sintetizar os pensamentos(ainda era uma animação). Mas a grande mensagem que eu guardei foi sobre o que torna um compromisso com outra pessoa um ato verdadeiramente importante e o que faz, de fato, as pessoas se dedicarem a uma outra pessoa que não é nada seu, a ponto de isso os tornarem uma única pessoa, divida em duas metades.

Nesse exato momento, estou percebendo que me torno um pouco meloso e até um bastante bobo. Mas sei que muitos, por menos que admitam, estão procurando algo parecido, e que por mais que se esconda, quer mesmo acertar na escolha, a ponto de, seu um dia for preciso, encher um milhão de balões, amarrar nas colunas da própria casa e fazer com que ela voe até onde a imaginação da outra pessoa queira estar, mesmo que seja em uma montanha remota do paraíso das cachoeiras ou simplesmente na rua, na chuva ou numa casinha de sapê na ponta de uma tulha qualquer desse mundo nosso sem fronteiras.

domingo, 6 de setembro de 2009

Simplesmente simples

Simplesmente simples

Depois de muitos e muitos e muitos dias sem aparecer, mandar notícias, carta social, mensagem em garrafa ou mesmo um sinal de fumaça, eis que ressurge: Eu! Assim... Não sei se alguém deu por falta, mas é sempre bom dar sinal de vida ( vai que isso interessa a alguém...). Eu bem que poderia ficar aqui desfiando os motivos pelos quais eu não tenho mais postado, mas acho que coisas que não são tão boas não precisam ser lembradas.

Essa é a terceira vez que tento parar para escrever. Sempre me aparece uma coisa para atrapalhar, tirar a atenção, ou é o sono que me carrega... Mas estou decidido a terminar esse bendito texto. A única questão é sobre o que falar. Ultimamente ando tão cheio de coisas para fazer que nem consigo refletir sobre minha vida.

Não sei se alguém já parou para pensar sobre o ritmo de vida que anda levando, o que tem deixado de fazer porque sempre tem uma coisa mais importante pra fazer, porque o seu chefe esta na cidade, por não-sei-mais-o-que, que só cada um sabe o quanto é ou não importante. Importante? Será mesmo tão importante assim? Ate que ponto essas coisas são de fato importantes para nós? E até quando aquelas outras não são?

Hoje eu precisei, mais uma vez, abrir mão do meu sábado para trabalhar. De fato sou grato pelo trabalho que tenho. Sei que ele poderia ser bem pior. Mas chega uma hora que a vontade é de largar tudo e sair correndo, mandar o chefe ir para um lugar bem estranho, desligar o celular e dirigir sem rumo ou destino, sem hora de chegar ou voltar. E por que não fazer isso? O que impede, de fato, esse tipo de atitude?

Se for fazer aqui uma enquete, cada um vai ter o seu motivo, e certamente ele será bem forte para cada um. Não digo todos, mas uma grande maioria da nossa geração foi provida de um grande senso de responsabilidade que acaba nos impedindo de ter certas atitudes transgressas. Estamos na era do fazer tudo para ontem. Fico pensando como vai ser daqui a uns tempos, quando o meu filho, que já usa MP5, com direito a fone de ouvido e tudo, sem ter completado sequer três anos. O coitado não vai ter tempo nem de ouvir o som dele, que já aprendeu a curtir desde já.

Tenho vários amigos e amigas que sempre falam que estão exaustos, esgotados, sem saber o que fazer para se recarregar. Sentimos uma imensa necessidade de estar conectado o tempo todo, com celulares, emails, computadores. Mas, mesmo tendo contato em tempo real com familiares, com direito a voz e imagem, sentimos solidão. Sentimos alguma coisa fora do lugar, alguma coisa simplesmente fora, tão fora que não temos acesso, mesmo tendo os melhores recursos ao nosso dispor.

Não quero ter atitude saudosista a essa altura do campeonato. O que eu quero é poder parar em minha casa e poder ficar só ouvindo o barulho do mar, o vento passando pelos coqueiros, sem ter que me preocupar se um ladrão vai entrar no meu quintal, ou se o meu telefone vai tocar e me mandar para a Casa de Noca. Sei que não sou o único. Sei que tem muita gente que sente o mesmo que eu, que quer poder ficar uma tarde inteira abraçado com o filho, esposa, namorado ou no colo da mãe, sem ter que se preocupar com a hora de trabalhar.

Mas enquanto não tenho muito esse tempo, eu vou parando por aqui. Não posso dizer que estou no meu melhor dia de inspiração, e por isso já vou pedindo desculpas a quem já leu alguma coisa que escrevi. Mas espero ter conseguido fazer refletir e, isso também serve para mim, pensar em como pode ser melhor a vida se, ao invés de procurar um monte de coisa para deixar ela assim tão enfeitada, tentar tirar pelo menos a metade dessas coisas que só nos fazem complicar as coisas e a vida de todos nós, de mim e de você. Viva a simplicidade!!!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Relativa Verdade

Relativa Verdade

Chega um momento na vida de um homem em que ele começa a se perguntar sobre o que de verdade vale a pena para ele lutar. Tantas coisas nos permeiam que, em determinados momentos as coisas começam a mudar de valor e ficamos sem saber para onde ir, que rumo realmente devemos seguir.

Nesses últimos tempos tenho me sentido nessa condição, nesse momento de grandes escolhas. As questões são de tal forma complexas que o medo de fazer a escolha errada quase impede de poder fazer qualquer escolha, seja verdadeiramente certa, ou até mesmo a errada. Mas é preciso escolher.

Uma pena não terem feito um belo de um manual ilustrado, onde viria informada a época em que essas escolhas deveriam ser deitas, dando dica de qual seria a correta, com grandes ilustrações coloridas e gráficos detalhados de como seriam os resultados de cada uma das opções que nos são permitidas. Isso certamente nos impediria de fazer a escolha errada e nos deixaria já prontos para o momento em que elas aparecessem.

Mas o que caracteriza uma escolha como sendo certa ou errada? Quem garante que a escolha que eu fiz para mim é a errada se a mesma foi feita por outra pessoa e essa se deu mal? É claro que algumas coisas são bastante óbvias: não usar drogas, não se envolver com criminalidade, não roubar, não matar... Mas têm outras que não são tão nítidas, e é exatamente nesse momento que descobrimos que tudo é relativo e o que me parece tão discrepante, para o outro é tudo o que ele precisa para viver, chegando a ser tudo o que ele sempre sonhou.

As minhas experiências atuais estão me mostrando que todos têm o direito de fazer uma escolha e também de se arrepender de tê-la feito, sendo possível e louvável seu gesto de recomeço que, diga-se de passagem, é bem mais difícil do que começar do zero, onde não tinha nada. Hoje aceito, inclusive, as minhas limitações e tento, a todo instante, entender e avaliar as minhas escolhas e seus resultados em minha vida. E mais que isso: aprendi a não taxar as escolhas alheias de certas ou erradas, só porque eu não optaria por elas. Cada um sabe o que vive e sabe qual a sua verdade, e respeitar isso é a virtude que desejo, aprender a cada dia e aperfeiçoar em minha vida. E viva a relatividade e viva a felicidade!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Aguarde na linha

Aguarde na linha

        Nos nossos dias, é muito comum utilizarmos serviços via telefone, o famoso e famigerado callcenter. Quem nunca se viu preso numa ligação telefônica, suplicando para verificarem um problema na sua conta de celular ou qualquer outra de consumo, ou nos casos de quem trabalha em empresa que tem central de chamados, como eu, ter que ficar meia hora falando com uma atendente que se acha no direito de te deixar ‘hold on line’ por dez ou quinze minutos mas n pode te esperar por trinta segundos, enquando você pegar um número num papel, pois a fila de espera dela é muito grande.

        Embora pareça, não, eu não fiquei preso por esses dias em nenhuma ligação dessa, até porque ultimamente as minhas colegas atendentes têm sido bastante compreensivas comigo(ou então eu me disciplinei ao ponto de ter sempre os benditos números sempre à mão). A fila de espera em que eu estou preso é uma outra, bem mais complexa. E eu mesmo que optei por ficar nela, podem acreditar.

        Nós, como seres humanos que somos, tidos como muito superiores( não sei a que, perdemos para qualquer vírus), sempre temos o triste hábito de ser imediatistas em praticamente tudo. Também puderas, estamos na era da banda larga, e tudo tem que ser para semana passada, porque tempo é dinheiro(de fato estou mesmo pobre). Não conseguimos abrir mão de um mísero segundo, pois a operadora de celular nos dá somente três de graça, e depois do quarto, lá se foram trinta, quer tenhamos usado ou não.

        Ontem me coloquei numa situação que me leva a andar no contra-fluxo dessa história toda. Fiz contato com um callcenter diferente, e fiz um pedido incomum: pedi a Deus que fizesse a vontade dEle. E Ele pediu que eu esperasse.

        O tempo é uma coisa muito relativa. Quando precisamos pagar uma dívida, um dia é bem pouco, assim como para aproveitar, principalmente em férias, um dia é praticamente nada. Porém, quando nos colocamos em uma posição de espera passiva, as horas não passam. O tempo pirraça e debocha de nossa cara. O ponteiro do minuto fica emperrado, e o do segundo embaiana e fica lerdo e preguiço(não se ofenda, isso é só uma lenda porque eu também sou baiano e não sou lerdo...). O da hora cria poeira e casa de aranha.

        Sei que esse deve está sendo o mais confuso dos meus textos. Desculpe, mas não espero que me entenda, mas apenas que leia, identifique-se ou não e até emita uma opinião. Também não me tome como arrogante ou intransigente. Mas sei que estou numa fase tão complexa que nem mesmo eu consigo me compreender. Mas caso você se encontre numa situação parecida e esteja conseguindo passar tranqüilo, por favor, me ensine. Mas se também não consegue fazer o seu relógio funcionar e não tem idéia de como fazer para não se angustiar com isso, então estamos no mesmo barco, colega. Boa sorte para nós!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Paternidade

Que eu gosto de escrever todo mundo sabe. Gosto de colocar o que penso para fora, extravasar os sentimentos, coordenar minhas idéias. Mas ultimamente venho sendo muito sofrido e pesado em minhas palavras. Já me disseram ‘você está muito melancólico, tem que ser mais alegre, falar de coisas mais alegres!’. E precisei concordar. De fato, estou me sentindo sem brilho, me escondendo e dando atenção ao que não merece tanto.
Quando estamos envolvidos em situações difíceis, perdemos a visão do todo e acabamos focados demais no problema e as coisas em volta acabam esquecidas e relegadas a segundo plano. E quanta coisa esta a minha volta. Quantas pessoas estão a minha volta, carentes de mim?
Passei alguns dias fora, em outro estado, em condições bem diferentes das que tenho em casa, além de está longe das pessoas que conheço. E depois de certa idade, tem gente que nos faz mesmo falta. Até aquelas que entraram na nossa vida a um tempo relativamente pequeno, porque tomam nossa vida de uma maneira, e se tornam de tal forma importante que fica faltando um pedaço quando estamos longe dela.
Lembro de quando ele nem existia, e de quando eu não tinha nenhuma pretensão de que ele viesse. Eu não estava pronto e disposto a adquirir, por assim dizer, essa responsabilidade. Não tinha condições financeiras, nem tampouco psicológicas para essa situação. Mas aconteceu: novamente eu seria pai.
Mas como isso era possível? Bem... Como, eu sabia. Mas era apenas uma pergunta retórica. As circunstâncias para tal eram bem conhecidas para mim e eu decidi encarar mais essa. E dessa vez, seria diferente.
Depois de passar por um monte de coisas complicadas, doenças, internações, me pergunto como eu seria hoje se ele não tivesse entrado em minha vida. Não quero de forma alguma desmerecer minha filha. Porém, por diversas circunstâncias, tive mais oportunidade de conviver com ele.
Sei que não sou o melhor pai do mundo e nem sempre ajo da forma mais correta com ela ou com ele. Porém, desde então, posso dizer que sou uma pessoa diferente daquela que eu era antes da sua chegada. A maneira de olhar o mundo se diferenciou. Sempre repenso minhas atitudes e aprendo uma nova coisa com ele. Não tive a oportunidade de aprender em minha vida como aprendo em cada momento que estamos juntos.
A maior recompensa que tenho é quando ganho um sorriso quando chego de surpresa para vê-lo e ganho um abraço gratuito. É simplesmente inexplicável o que se sente quando você olha aquela carinha de choro porque se machucou ou quando escuta aquela voz inocente te chamando e rindo. Assim também é indescritível o que se sente quando ele se sente ameaçado ou quando é necessário você se tornar uma muralha chinesa para suportar ver ele sendo espetado para ser medicado ou coisa parecida. Você não irá se conter e se tornará um leão para defende-lo de qualquer coisa, a ponto de preferir trocar de lugar ou dar a vida para que a dele seja salva. Mas também não entenderá como se tornou tão sensível a ponto de chorar só de lembrar da carinha dele se despedindo e vai até chorar quando assistir qualquer filme que te faça lembrar dele.
Para não me tornar chato, o que já deve está começando a acontecer, digo que não sei como agir com cada novidade que se apresenta a minha frente. Mas descobri o porquê de muitas coisas que ouvia de meu pai quando ainda era apenas filho e insistia em querer retrucar. E para finalizar, quero usar uma frase que ouvi do meu pai, numa certa vez que ele foi encontrar a mim e minha irmã, quando ela tinha ido parar no hospital por ter exagerado na conta de camarão(história que depois vou contar) e que me fez entender o sentido de ser pai. Eu tinha dito a ele que não precisava ele ir lá porque estava tudo sob controle, e do nada ouvi-lo bater à porta do hospital. Quando perguntei o motivo dele ter aparecido, quase dando uma bronca nele, com voz firme ele me disse, me fazendo voltar a ser filho e entender o que era ser pai: “se fosse o seu filho, você não iria está aqui? Então deixa eu passar.”
Dedicado em especial ao meu Pai e meus filhos.
A pedido de minha amiga Naiara de Salvador. Grande beijo!

terça-feira, 28 de julho de 2009

O Texto

Hei, olha aqui! Está vendo os meus parágrafos todos a sua disposição? E estas linhas tão cheias de sentimentos e desejos?! Não, você não está ficando maluco ou coisa parecida, sou eu mesmo que estou tentando chamar a sua atenção e vê se consigo arrancar de você alguns instantes de sua atenção tão preciosa. Qual seria o sentido de minha reles existência se não sou notado e lido por você? Se não me analisa, elogia ou critica, pra que eu vou continuar existindo?

       

Quando a criatura que me pariu, quando estava perdendo(ou ganhando) seu tempo para me criar, a sua intenção era que eu fosse lido por pelo menos mais uma pessoa além dela mesma. Arrumou cada letra, juntando uma a uma, formado palavras comuns ou rebuscadas, concatenando-as de maneira que as frases por elas constituídas fossem tivessem um sentido interessante, atrativo, e que ficasse mesmo bonito. Você ta me achando bonitinho? Bem... Tenha calma, ainda não me viu por inteiro.

Não tenha pressa. Estou inteiro ao seu dispor. Pode olhar com calma, aproveitando cada linha como se comesse uma bela macarronada italiana preparada pela sua mãe, que mesmo que não seja italiana, certamente será boa, porque foi sua mãe que fez(espero que ela saiba cozinhar...). Não me julgue porque pareço ser grande demais, ter muitas linhas, parágrafos, idéias loucas. Mas não me deixe antes de me ver por completo.

Nesse momento, você já deve ter começado a ter uma opinião ao meu respeito. Já nos conhecemos a mais de três parágrafos e já sabe como me comporto, como penso, e já deve ser capaz de quase prever o que posso fazer. Mas sabe mesmo o que eu quero? Ficar dentro de você, cada palavra minha. Tornar-me um contigo, de um jeito que não seja possível me esquecer. Se eu conseguir atingir esse objetivo, posso até ser deletado e descartado que ficarei feliz, pois minha existência fez sentido. Saberei que, de alguma forma lhe toquei e espero, claro, que de maneira positiva, fazendo de você alguém diferente daquela que começou a ler.

Quando terminarmos, o que acontecerá nas próximas linhas, não espero que volte aqui para me ver. Quero apenar que, antes de começar a ler um texto qualquer, que não me julgue pelo tamanho, que de vez enquando parece com a carta de Caminha, ou estranho como uma lista de compras, mas pense que ele é uma parte importante de alguém que se dispôs a doar-la na certeza de que seria aceita por você. E se por acaso não te agradar, paciência. Não é possível gostar de todo mundo mesmo, a gente vai te entender.Obrigado por me dar um pouco de sua atenção e até uma próxima.

domingo, 19 de julho de 2009

Alvorecer

Alvorecer

Já faz alguns dias que não escrevo nada, e isso estava me incomodando muito. Começa a fazer falta! É uma coisa boa, que ajuda a entender o que esta acontecendo ao redor, porque, mesmo que se saiba o que esta acontecendo, enquanto paramos para refletir, não faz o mesmo efeito de quando se coloca essas coisas num lugar, num papel, num arquivo de texto. Não importa o meio, mas o efeito que ele causa. Era disso que eu sentia falta.

Eu me perguntava, minutos antes de começar a escrever, sobre o que eu poderia escrever. Com tanta coisa me acontecendo ao mesmo tempo, eu ter que escolher sobre apenas uma delas para escrever, me soava quase como tortura. E vamos refletir. E nessa reflexão, me percebe diferente do dia que fez a minha primeira postagem. Diria mais: certamente estou muito mais maduro, embora tenha menos de três semanas, do que aquela noite que decidir escrever coisas para serem lidas.

Durante alguns dias, me sentia inserido no meio de uma turbulência infindável de acontecimentos dolorosos, sofríveis, difíceis de serem vividos e ultrapassados. Como eu poderia viver em meio a um mundo tão diferente do que eu tinha deixando quando parti de férias? Aparentemente nada tinha se modificado. Eu continuava só, vivendo minha vida, me preparando para trabalhar. Mas sabia que nada seria como eu imaginava que pudesse ser. Não tinha um retorno esplendoroso me esperando, ou juras infindas a serem feitas. Apenas o desafio de viver a mesma vida de uma maneira que eu não esperava. Passei todo um período me preparando para nada. Tudo o que eu esperava encontrar nunca mais me será passível de realização.


Um enorme temporal desabara sobre minha vida. Assim como uma tempestade tropical se forma em alto mar, sem que a gente tenha conhecimento, e do nada se levanta em direção ao continente, e vem com chuva, e vem forte, e vem alagando tudo pela frente, assim me veio aquela série de coisas. Não soube como reagir, até porque eu não estava preparado, nem tinha verificado a previsão do tempo ou sequer olhado pela janela.

O tempo passo. Não foi muito, mas ele insistiu em passar, e hoje me percebo de maneira diferente. Sinto como se toda aquela chuva que veio comigo e que insistia em não diminuir, enfim, amainou. Consigo enxergar no horizonte um nascer de sol iluminado. Não sei se alguém já parou para reparar e comparar o período que antecede uma grande chuva e o período logo após. O ar que antes se apresentava pesado, o céu não tão azul, quase cinza, mesmo com sol forte, dá lugar a um dia limpo, um céu profundamente azul e limpo, um ar leve e desobstruído. Assim se assemelha o meu momento. Ainda molhado, estranho, diferente do que eu estava acostumado, mas um momento novo e todo meu.

       

Espero ter sabedoria para aproveitar e paciência para esperar que cada coisa aconteça no seu momento. Esperar a água empoçada secar, observar as coisas novas que vão aparecendo pelo chão, brotando lentamente nessa terra fértil que se apresenta à minha frente, esperando que eu a cultive com sabedoria e discernimento para que de frutos bons, proveitosos e abundantes o suficiente para compartilhar com que quiser e precisar.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Musicalidade

Quantas vezes a gente para escutar uma musica? Será que alguém já se perguntou quanta informação musical recebemos durante o dia? Não falo de sons ou barulhos, falo de música. Uma observação: a pergunta não é quantas musicas a gente ouve durante o dia, mas quantas vezes paramos para, de fato, escutar uma música.

O dia inteiro a gente ouve música: nos comerciais da televisão, no rádio, nos toques dos celulares, nos mp’s da vida... Uma infinidade de fontes, até mesmo quando não queremos, temos que escutar, porque o nosso querido vizinho tem um carro que é a filial do trio do Chiclete ou da Ivete, e ele ama muito escutar arrocha, pagode, forró, funk, de uma maneira que faz com que nos apaixonemos, querendo ou não, pelo seu refinado gosto musical, independente de qual seja. Feliz ou infelizmente vai ser quase impossível alguém colocar um paredão para tocar um Buarque, um Jobim, ou outra coisa mais aceitável ou que vá agradar a todos. Eles vão sempre tocar o ultimo arrocha, ou pagode, ou calcinha colorida qualquer. E sempre no ultimo volume. Claro!!! Seria muito desperdício de dinheiro deixar o som baixo, já que aquele trambolho todo que ocupa o porta-malas e o banco traseiro ou a caçamba inteira da pick-up pra escutar baixinho! Concordo plenamente.

Antes de qualquer coisa, quero esclarecer que não tenho nenhum tipo de preconceito quanto a música ou opção musical de ninguém,até porque também sou músico e já toquei cada coisa que vamos respeitar. A questão aqui é o que nos escutamos. Pelo que nos deixamos levar a cada instante. A música tem um enorme poder de penetração na alma do ser humano, de forma que, quando escutamos alguma coisa, aquilo tende a se infiltrar em nosso ser de uma forma que pode até moldar conceitos, causar sensações das mais diversas, entre boa e ruins. Ela tem poderosa que já foi utilizada como forma de auxílio na formação intelectual de bebês, pois estimula a formação de ligações neurais em áreas como a matemática, além de ser ferramenta para relaxar, acalmar e até colaborar no tratamento de distúrbios emocionais.

Quem não tem uma música que marcou uma época na vida, um momento com alguém, um grande acontecimento? Quantas músicas nós já colocamos para lembrar de alguém que nos deixou saudades, ou ainda, quem nunca se pegou cantando aquele pedaço de uma música que ouvimos de relance e que parece que colou na cabeça igual a um chiclete que a gente pisa na rua e fica colando em casa passo que damos! Quase uma forma de tortura! Será que utilização isso como forma de tortura em algum período de guerra, num campo de concentração? Imagina: aquele monte de prisioneiro, um autofalante num poste começa a tocar “ pereça pra frente, perereca pra trás....” e de repente para. Imagina a angustia de tu ficar na cabeça isso repetindo do dia todo!!!! Eu confessava até que tinha atirado no papa! Ou ainda Hitler aparecendo num campo de refugiados judeus, pega o microfone e canta: “ raspa, raspa, raspa, raspadinha!!!” e todo obrigando aquele povo todo a fazer coro: “raspa, raspa...!!!” Nossa quanta besteira!

Mas quando escutar uma música, seja ela boa ou até mesmo uma excelente paródia de Estephane, dê uma parada, uns poucos instantes, e escuta o que o bendito do compositor tava querendo falar, e que um doido de um arranjador se acabou concatenando sons e instrumentos de uma maneira que ficasse interessante e tente perceber o que ela vai despertar em você. Garanto que vai ser uma experiência nova para quem nunca fez. Garanto que ninguém vai se arrepender. Boa audição!

P.S.: Texto dedicado a minha irmã Lídia, que me pediu pra escrever alguma coisa sobre música.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Olhar diferente

Sempre é estranho parar para escrever aqui porque a esperança é de que isso seja lido por alguém, o que aumenta a responsabilidade pelo que se escreve e até onde se pode influenciar quem está lendo. No mínimo, fico imaginando que juízo irão fazer de mim, já que eu sou o que escrevo.

 

Mas hoje venho com um ar diferenciado. Ainda com muito sentimento de dor, mas um tanto mais leve e consolado. É coisa que não se encontra num lugar qualquer ou num evento tradicional. Eu fui num show católico, do Padre Fabio de Mello.

 

É muito bom ir a lugares que ajudam a preencher o coração e a alma. Variar um pouco a rotina de festa com muita alegria alcoólica, com gente caindo de feliz a ponto de botar a bile pra fora!!! É ótimo!!! Não! Eu não estou criticando ou dizendo que não vou, porque eu vou. Não sou de beber a ponto de ficar muito bem, mas gosto de curtir a música, ver as bandas, o pessoal( ninguém é de ferro...!!!!). Mas as chances de sair como menos do que quando entrou são muito grandes. Daí é importante recarregar as reservas, e foi o que fiz hoje.

A muito tempo não me sentia tão bem e tão preenchido como hoje. Não estou querendo dar uma de carola, ou coisa parecida, muito menos de tentar convencer a ninguém que é melhor ir ver um padre do que a mulherada do Calcinha Preta. Mas me senti muito melhor depois de sair hoje do show do que do dia que saí do Vaca Loca semana passada, vendo uma galera passando mau, inclusive amigas minhas e até minha Irmã. E esse tipo de coisa acaba deixando a gente um tanto seco, sedento por algo que realmente valha a pena. E valeu.

Quem pensar que vai achar um tanto de tiazinha ou um monte de beata, se engano ledamente! Fazia muito tempo que não via tantas mulheres lindas e bem arrumadas juntas!!! Não só mulheres, mas homens bem arrumados, muita gente que eu não via a muito tempo.  E o melhor é que saíram do mesmo jeito que entraram, ou melhor, saíram ainda melhor, porque o que se falou durante a apresentação certamente melhorou a auto estima de muita gente por lá, incluindo a minha, que não andava lá muito boa. Ouvi coisas incríveis, que me fizeram repensar muita coisa que esta me acontecendo, que fez eu me lembrar de coisas boas de minha vida, de meus pais, de meu filho e de outras tantas coisas que andavam meio jogadas em minha cabeça, mas que voltaram a tona de uma maneira muito forte e boa.

São as dificuldades que nos moldam, não importa se para o bem ou para o mal. São elas que nos constroem como pessoa, como ser humano. E essa fase que estou passando servirá para isso. Mas chega uma hora que fica difícil prosseguir sem uma boa recarga emocional, afetiva, algo que te deixe mais forte para continuar naquela luta toda. Tenho certeza que de todos os dias de minhas férias, esse foi o que me rendeu mais, porque consegui aproveitar da melhor maneira até o final.

E agora é me preparar para voltar para minha casa, minha realidade, minha rotina e também aos meus famigerados problemas, pois as férias estão acabando, e com elas a mordomia da comida da mãe e da agradável e complicada tarefa de cuidar de meu filho, mas isso é assunto para outro dia!

domingo, 28 de junho de 2009

Madrugador

Já não é mais tão cedo para se encerrar o dia, assim como ainda não é tarde o suficiente para que um se inicie. Mas ainda estou aqui, insistindo em não querer que nenhuma das duas coisas aconteça, tentando em vão parar o tempo, ou ainda, que ele voltasse. Mas isso também não é possivel.

É muito dificil encontrar o bendito do sono quando você perde algo muito importante, que é quase a coisa que te vitaliza, te motiva e te faz seguir. Talvez eu esteja superlativando a relevância de um ser humano, mas parece que só é possível descobri sua real importância e contribuição quando este já não mais pode completar a nossa existência. É como se fosse estirpado um orgão, um pedaço da anatomia, algo assim, porque é essa a sensação que tenho quando paro para sentir e dar atenção a isso.

Mas como não dar atenção a quem lhe sempre lhe foi atento? Como continuar sem uma perna ou tentar se erguer com apena um braço? Dificil mesmo é senti que nunca mais terá aquela companhia que se tornou tão presente, a ponto de fazer qualquer lugar perfeito e aceitavel, coisas simples se tornarem magníficas ou jornadas infindas em passeios ao fim da tarde, a beira mar.

Não sei como voltar pra casa e continuar tudo, mas sei que será preciso, mesmo que seja preciso uma morte e ressureição, mas terei que viver, mesmo que só para chegar ao final e constatar que realmente era isso. Ou ainda que eu estava errado. Por hora, terei que apenas dormir e viver mais um dia até o final, esperando que ele seja melhor que o anterior.