domingo, 19 de julho de 2009

Alvorecer

Alvorecer

Já faz alguns dias que não escrevo nada, e isso estava me incomodando muito. Começa a fazer falta! É uma coisa boa, que ajuda a entender o que esta acontecendo ao redor, porque, mesmo que se saiba o que esta acontecendo, enquanto paramos para refletir, não faz o mesmo efeito de quando se coloca essas coisas num lugar, num papel, num arquivo de texto. Não importa o meio, mas o efeito que ele causa. Era disso que eu sentia falta.

Eu me perguntava, minutos antes de começar a escrever, sobre o que eu poderia escrever. Com tanta coisa me acontecendo ao mesmo tempo, eu ter que escolher sobre apenas uma delas para escrever, me soava quase como tortura. E vamos refletir. E nessa reflexão, me percebe diferente do dia que fez a minha primeira postagem. Diria mais: certamente estou muito mais maduro, embora tenha menos de três semanas, do que aquela noite que decidir escrever coisas para serem lidas.

Durante alguns dias, me sentia inserido no meio de uma turbulência infindável de acontecimentos dolorosos, sofríveis, difíceis de serem vividos e ultrapassados. Como eu poderia viver em meio a um mundo tão diferente do que eu tinha deixando quando parti de férias? Aparentemente nada tinha se modificado. Eu continuava só, vivendo minha vida, me preparando para trabalhar. Mas sabia que nada seria como eu imaginava que pudesse ser. Não tinha um retorno esplendoroso me esperando, ou juras infindas a serem feitas. Apenas o desafio de viver a mesma vida de uma maneira que eu não esperava. Passei todo um período me preparando para nada. Tudo o que eu esperava encontrar nunca mais me será passível de realização.


Um enorme temporal desabara sobre minha vida. Assim como uma tempestade tropical se forma em alto mar, sem que a gente tenha conhecimento, e do nada se levanta em direção ao continente, e vem com chuva, e vem forte, e vem alagando tudo pela frente, assim me veio aquela série de coisas. Não soube como reagir, até porque eu não estava preparado, nem tinha verificado a previsão do tempo ou sequer olhado pela janela.

O tempo passo. Não foi muito, mas ele insistiu em passar, e hoje me percebo de maneira diferente. Sinto como se toda aquela chuva que veio comigo e que insistia em não diminuir, enfim, amainou. Consigo enxergar no horizonte um nascer de sol iluminado. Não sei se alguém já parou para reparar e comparar o período que antecede uma grande chuva e o período logo após. O ar que antes se apresentava pesado, o céu não tão azul, quase cinza, mesmo com sol forte, dá lugar a um dia limpo, um céu profundamente azul e limpo, um ar leve e desobstruído. Assim se assemelha o meu momento. Ainda molhado, estranho, diferente do que eu estava acostumado, mas um momento novo e todo meu.

       

Espero ter sabedoria para aproveitar e paciência para esperar que cada coisa aconteça no seu momento. Esperar a água empoçada secar, observar as coisas novas que vão aparecendo pelo chão, brotando lentamente nessa terra fértil que se apresenta à minha frente, esperando que eu a cultive com sabedoria e discernimento para que de frutos bons, proveitosos e abundantes o suficiente para compartilhar com que quiser e precisar.

Um comentário:

Sthefany disse...

Continue escrevendo, muito bonitas as coisas que você escreve, você tem o dom para escrever, você escreve muito bem.
Sucesso !!!