quarta-feira, 1 de julho de 2009

Musicalidade

Quantas vezes a gente para escutar uma musica? Será que alguém já se perguntou quanta informação musical recebemos durante o dia? Não falo de sons ou barulhos, falo de música. Uma observação: a pergunta não é quantas musicas a gente ouve durante o dia, mas quantas vezes paramos para, de fato, escutar uma música.

O dia inteiro a gente ouve música: nos comerciais da televisão, no rádio, nos toques dos celulares, nos mp’s da vida... Uma infinidade de fontes, até mesmo quando não queremos, temos que escutar, porque o nosso querido vizinho tem um carro que é a filial do trio do Chiclete ou da Ivete, e ele ama muito escutar arrocha, pagode, forró, funk, de uma maneira que faz com que nos apaixonemos, querendo ou não, pelo seu refinado gosto musical, independente de qual seja. Feliz ou infelizmente vai ser quase impossível alguém colocar um paredão para tocar um Buarque, um Jobim, ou outra coisa mais aceitável ou que vá agradar a todos. Eles vão sempre tocar o ultimo arrocha, ou pagode, ou calcinha colorida qualquer. E sempre no ultimo volume. Claro!!! Seria muito desperdício de dinheiro deixar o som baixo, já que aquele trambolho todo que ocupa o porta-malas e o banco traseiro ou a caçamba inteira da pick-up pra escutar baixinho! Concordo plenamente.

Antes de qualquer coisa, quero esclarecer que não tenho nenhum tipo de preconceito quanto a música ou opção musical de ninguém,até porque também sou músico e já toquei cada coisa que vamos respeitar. A questão aqui é o que nos escutamos. Pelo que nos deixamos levar a cada instante. A música tem um enorme poder de penetração na alma do ser humano, de forma que, quando escutamos alguma coisa, aquilo tende a se infiltrar em nosso ser de uma forma que pode até moldar conceitos, causar sensações das mais diversas, entre boa e ruins. Ela tem poderosa que já foi utilizada como forma de auxílio na formação intelectual de bebês, pois estimula a formação de ligações neurais em áreas como a matemática, além de ser ferramenta para relaxar, acalmar e até colaborar no tratamento de distúrbios emocionais.

Quem não tem uma música que marcou uma época na vida, um momento com alguém, um grande acontecimento? Quantas músicas nós já colocamos para lembrar de alguém que nos deixou saudades, ou ainda, quem nunca se pegou cantando aquele pedaço de uma música que ouvimos de relance e que parece que colou na cabeça igual a um chiclete que a gente pisa na rua e fica colando em casa passo que damos! Quase uma forma de tortura! Será que utilização isso como forma de tortura em algum período de guerra, num campo de concentração? Imagina: aquele monte de prisioneiro, um autofalante num poste começa a tocar “ pereça pra frente, perereca pra trás....” e de repente para. Imagina a angustia de tu ficar na cabeça isso repetindo do dia todo!!!! Eu confessava até que tinha atirado no papa! Ou ainda Hitler aparecendo num campo de refugiados judeus, pega o microfone e canta: “ raspa, raspa, raspa, raspadinha!!!” e todo obrigando aquele povo todo a fazer coro: “raspa, raspa...!!!” Nossa quanta besteira!

Mas quando escutar uma música, seja ela boa ou até mesmo uma excelente paródia de Estephane, dê uma parada, uns poucos instantes, e escuta o que o bendito do compositor tava querendo falar, e que um doido de um arranjador se acabou concatenando sons e instrumentos de uma maneira que ficasse interessante e tente perceber o que ela vai despertar em você. Garanto que vai ser uma experiência nova para quem nunca fez. Garanto que ninguém vai se arrepender. Boa audição!

P.S.: Texto dedicado a minha irmã Lídia, que me pediu pra escrever alguma coisa sobre música.

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