domingo, 6 de setembro de 2009

Simplesmente simples

Simplesmente simples

Depois de muitos e muitos e muitos dias sem aparecer, mandar notícias, carta social, mensagem em garrafa ou mesmo um sinal de fumaça, eis que ressurge: Eu! Assim... Não sei se alguém deu por falta, mas é sempre bom dar sinal de vida ( vai que isso interessa a alguém...). Eu bem que poderia ficar aqui desfiando os motivos pelos quais eu não tenho mais postado, mas acho que coisas que não são tão boas não precisam ser lembradas.

Essa é a terceira vez que tento parar para escrever. Sempre me aparece uma coisa para atrapalhar, tirar a atenção, ou é o sono que me carrega... Mas estou decidido a terminar esse bendito texto. A única questão é sobre o que falar. Ultimamente ando tão cheio de coisas para fazer que nem consigo refletir sobre minha vida.

Não sei se alguém já parou para pensar sobre o ritmo de vida que anda levando, o que tem deixado de fazer porque sempre tem uma coisa mais importante pra fazer, porque o seu chefe esta na cidade, por não-sei-mais-o-que, que só cada um sabe o quanto é ou não importante. Importante? Será mesmo tão importante assim? Ate que ponto essas coisas são de fato importantes para nós? E até quando aquelas outras não são?

Hoje eu precisei, mais uma vez, abrir mão do meu sábado para trabalhar. De fato sou grato pelo trabalho que tenho. Sei que ele poderia ser bem pior. Mas chega uma hora que a vontade é de largar tudo e sair correndo, mandar o chefe ir para um lugar bem estranho, desligar o celular e dirigir sem rumo ou destino, sem hora de chegar ou voltar. E por que não fazer isso? O que impede, de fato, esse tipo de atitude?

Se for fazer aqui uma enquete, cada um vai ter o seu motivo, e certamente ele será bem forte para cada um. Não digo todos, mas uma grande maioria da nossa geração foi provida de um grande senso de responsabilidade que acaba nos impedindo de ter certas atitudes transgressas. Estamos na era do fazer tudo para ontem. Fico pensando como vai ser daqui a uns tempos, quando o meu filho, que já usa MP5, com direito a fone de ouvido e tudo, sem ter completado sequer três anos. O coitado não vai ter tempo nem de ouvir o som dele, que já aprendeu a curtir desde já.

Tenho vários amigos e amigas que sempre falam que estão exaustos, esgotados, sem saber o que fazer para se recarregar. Sentimos uma imensa necessidade de estar conectado o tempo todo, com celulares, emails, computadores. Mas, mesmo tendo contato em tempo real com familiares, com direito a voz e imagem, sentimos solidão. Sentimos alguma coisa fora do lugar, alguma coisa simplesmente fora, tão fora que não temos acesso, mesmo tendo os melhores recursos ao nosso dispor.

Não quero ter atitude saudosista a essa altura do campeonato. O que eu quero é poder parar em minha casa e poder ficar só ouvindo o barulho do mar, o vento passando pelos coqueiros, sem ter que me preocupar se um ladrão vai entrar no meu quintal, ou se o meu telefone vai tocar e me mandar para a Casa de Noca. Sei que não sou o único. Sei que tem muita gente que sente o mesmo que eu, que quer poder ficar uma tarde inteira abraçado com o filho, esposa, namorado ou no colo da mãe, sem ter que se preocupar com a hora de trabalhar.

Mas enquanto não tenho muito esse tempo, eu vou parando por aqui. Não posso dizer que estou no meu melhor dia de inspiração, e por isso já vou pedindo desculpas a quem já leu alguma coisa que escrevi. Mas espero ter conseguido fazer refletir e, isso também serve para mim, pensar em como pode ser melhor a vida se, ao invés de procurar um monte de coisa para deixar ela assim tão enfeitada, tentar tirar pelo menos a metade dessas coisas que só nos fazem complicar as coisas e a vida de todos nós, de mim e de você. Viva a simplicidade!!!

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