sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Paternidade

Pessoas, dessa vez vou postar um texto que já passou por aqui em 2009 porque acredito ser um melhores que já escrevi, e também por refletir minha atual realidade. Espero que gostem de ler tanto quanto gostei de escrever. Curtam e divulguem! Ah! Não esqueçam de postar um comentário dando sua opinião e impressões sobre o texto, é muito importante! Abraços!

Paternidade
Que eu gosto de escrever todo mundo sabe. Gosto de colocar o que penso para fora, extravasar os sentimentos, coordenar minhas idéias. Mas ultimamente venho sendo muito sofrido e pesado em minhas palavras. Já me disseram 'você está muito melancólico, tem que ser mais alegre, falar de coisas mais alegres!'. E precisei concordar. De fato, estou me sentindo sem brilho, me escondendo e dando atenção ao que não merece tanto.
Quando estamos envolvidos em situações difíceis, perdemos a visão do todo e acabamos focados demais no problema e as coisas em volta acabam esquecidas e relegadas a segundo plano. E quanta coisa esta a minha volta. Quantas pessoas estão a minha volta, carentes de mim?
Passei alguns dias fora, em outro estado, em condições bem diferentes das que tenho em casa, além de está longe das pessoas que conheço. E depois de certa idade, tem gente que nos faz mesmo falta. Até aquelas que entraram na nossa vida a um tempo relativamente pequeno, porque tomam nossa vida de uma maneira, e se tornam de tal forma importante que fica faltando um pedaço quando estamos longe dela.
Lembro de quando ele nem existia, e de quando eu não tinha nenhuma pretensão de que ele viesse. Eu não estava pronto e disposto a adquirir, por assim dizer, essa responsabilidade. Não tinha condições financeiras, nem tampouco psicológicas para essa situação. Mas aconteceu: novamente eu seria pai.
Mas como isso era possível? Bem... Como, eu sabia. Mas era apenas uma pergunta retórica. As circunstâncias para tal eram bem conhecidas para mim e eu decidi encarar mais essa. E dessa vez, seria diferente.
Depois de passar por um monte de coisas complicadas, doenças, internações, me pergunto como eu seria hoje se ele não tivesse entrado em minha vida. Não quero de forma alguma desmerecer minha filha. Porém, por diversas circunstâncias, tive mais oportunidade de conviver com ele.
Sei que não sou o melhor pai do mundo e nem sempre ajo da forma mais correta com ela ou com ele. Porém, desde então, posso dizer que sou uma pessoa diferente daquela que eu era antes da sua chegada. A maneira de olhar o mundo se diferenciou. Sempre repenso minhas atitudes e aprendo uma nova coisa com ele. Não tive a oportunidade de aprender em minha vida como aprendo em cada momento que estamos juntos.
A maior recompensa que tenho é quando ganho um sorriso quando chego de surpresa para vê-lo e ganho um abraço gratuito. É simplesmente inexplicável o que se sente quando você olha aquela carinha de choro porque se machucou ou quando escuta aquela voz inocente te chamando e rindo. Assim também é indescritível o que se sente quando ele se sente ameaçado ou quando é necessário você se tornar uma muralha chinesa para suportar ver ele sendo espetado para ser medicado ou coisa parecida. Você não irá se conter e se tornará um leão para defende-lo de qualquer coisa, a ponto de preferir trocar de lugar ou dar a vida para que a dele seja salva. Mas também não entenderá como se tornou tão sensível a ponto de chorar só de lembrar da carinha dele se despedindo e vai até chorar quando assistir qualquer filme que te faça lembrar dele.
Para não me tornar chato, o que já deve está começando a acontecer, digo que não sei como agir com cada novidade que se apresenta a minha frente. Mas descobri o porquê de muitas coisas que ouvia de meu pai quando ainda era apenas filho e insistia em querer retrucar. E para finalizar, quero usar uma frase que ouvi do meu pai, numa certa vez que ele foi encontrar a mim e minha irmã, quando ela tinha ido parar no hospital por ter exagerado na conta de camarão(história que depois vou contar) e que me fez entender o sentido de ser pai. Eu tinha dito a ele que não precisava ele ir lá porque estava tudo sob controle, e do nada ouvi-lo bater à porta do hospital. Quando perguntei o motivo dele ter aparecido, quase dando uma bronca nele, com voz firme ele me disse, me fazendo voltar a ser filho e entender o que era ser pai: "se fosse o seu filho, você não iria está aqui? Então deixa eu passar."

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